1 – Bebês Recém-nascidos só dormem e comem o tempo todo.
Sim, é verdade que os recém-nascidos comem e dormem muito, mas entre comer e dormir há muitas coisas a se fazer. Eles não são simplesmente pequenos bebês felizes como gostamos de imaginar. Ao invés disso, são pequenos seres humanos muito atentos lutando contra circunstâncias bastante difíceis para superar a cegueira, surdez e imobilidade. Ao nascer todo bebê é funcionalmente cego, surdo, sem mobilidade e sensibilidade. O caminho sensorial cresce e se desenvolve de acordo com a estimulação. O caminho motor cresce e se desenvolve de acordo com a estimulação sensorial e com oportunidades de usar mobilidade.
2 – O desenvolvimento de um bebê é pré-determinado baseado nos “marcos” estabelecidos
Não existe um despertador que determine quando um bebê conquistará uma nova habilidade. Em contra partida, as novas habilidades são determinadas de acordo com a estimulação e oportunidades. Por exemplo: as vias sensoriais crescem e se desenvolvem quando apropriada estimulação visual, auditiva e tátil ê oferecida com frequência, intensidade e duração adequadas.
Usualmente o recém-nascido tem o reflexo pupilar ainda não perfeito. Podemos avaliar o reflexo pupilar quando o bebê é exposto à luz e sua pupila contrai em resposta a presença da mesma. Quanto mais rápido este reflexo for aperfeiçoado e tornar-se consistente, mais rápido o bebê desenvolverá sua habilidade de ver contornos e, posteriormente, detalhes. Essas duas habilidades permitem ao bebê reconhecer a face de sua mamãe e começar a entender o mundo visual.
Em muitos bebês este reflexo é estimulado “acidentalmente” quando levamos o bebê de um ambiente escuro à um ambiente com luz. Mas, as mães podem providenciar para que este “acidente” ocorra com maior frequência e intensidade para que o caminho visual cresça e se desenvolva mais rapidamente em resposta a uma estimulação aprimorada. Isso é muito fácil de se fazer e requer muito pouco tempo. Porem, significa que o bebê ganhará a habilidade de ver detalhes muito antes, talvez semanas ou até meses, do que se deixássemos por conta do “acidentalmente”. Essa é uma estimulação proposital e não uma estimulação acidental.
Este é somente um exemplo de estimulação sensorial. O programa completo de estimulação sensorial para o recém-nascido ou para os primeiros meses de vida, envolve uma estimular brevemente todos os cinco caminhos sensoriais (visão, audição, tato, olfato e gustação). Essas estimulações ajudam a desenvolver as vias sensoriais. Conforme essas vias vão crescendo e amadurecendo, elas tornam-se mais úteis ao bebê. Os pais aprendem como avaliar esses caminhos e facilmente determinam o que seu bebê precisa ou não mais em cada uma dessas áreas.
3 – É bom enrolar seu bebê num “charutinho” de coberto ou cueiro.
Enrolar seu bebê no cobertor ou cueiro como fosse um “charutinho” ou um “pacotinho” impede que ele se movimente no momento mais precioso e essencial da mobilidade. Durante os nove meses no útero, ele era livre para se mover. Ele chutava, virava, dava cambalhotas e rolava. O bebê tinha a Liberdade de movimento num ambiente aquoso fornecido pelo útero. Ao nascer ele necessita, rapidamente, fazer a transição do ambiente intrauterino e adaptar-se a um novo mundo.
Ele já sabe como se movimentar, mas somente precisa reaprender como fazer nesse
novo e mais complicado ambiente. Ele necessita de muitas oportunidades para
fazer isso. Se colocarmos num “pacotinho de cobertores” do pescoço para baixo,
não existe nenhuma possibilidade dele se mover. O bebê deve estar se perguntar
o que nós estamos pensando ao enrola-lo de uma maneira tão antinatural e
insensível. Como será que nós adultos nos sentiríamos se fossemos imobilizados
do pescoço pra baixo?
4 – O cercadinho, “pula-pula” e o “andador” são bons meio de estimulação para seu bebê.
Na realidade esses aparelhos impedem o bebê de aprender a se movimentar. Quando damos a oportunidade ao nosso bebê de ficar no chão, de barriga pra baixo, ele aprenderá a se movimentar. Porém, muitas vezes os bebês são colocados nas cadeirinhas, bebê conforto, cercadinho ou até mesmo no andador. Estes aparelhos impedem o bebê de se movimentar e explorar o mundo. O bebê deve ficar livre no chão de barriga para baixo o máximo possível. Restrinja os movimentos de seu bebê o mínimo possível. As consequências da imobilidade são bastante significativas.
Por outro lado, os benefícios do bebê que se movimenta livremente no chão são
muito maiores. O bebê desenvolve melhor a visão, especialmente a percepção de
profundidade. Sua respiração melhora e torna-se mais profunda. Quando o bebê é
capaz de respirar melhor, ele emite mais sons. Quanto mais sons ele faz, mais
sua mãe responde a esses sons. Quanto mais mãe e bebê conversam, mais rápido
rompemos a “barreira do som”, e é possível compreender o que o bebê está falando.
Os bebês estão ansiosos para serem compreendidos. A maioria dos bebês não são
compreendidos até, mais ou menos, os 12 e 14 meses. Esse processo deveria
ocorrer entre 3 ou 4 meses de idade. E que diferença isso pode ocasionar na
qualidade de vida do bebê bem como na vida dos pais.
5 – É bom falar infantilizado ou que nem “bebezinho” com seu bebê.
Os adultos devem sempre usar a melhor linguagem e vocabulário quando conversam com bebês. A compreensão do bebê cresce rapidamente. Falar como “bebezinho” poderíamos dizer que é uma falta de respeito à habilidade intelectual do bebê. O bebê tem o direito de escutar uma linguagem correta e rica e não uma forma errada, a qual mais tarde terá que desaprender.
Não infantilize sua voz ou fale no diminutivo – por mais tentador que seja. Os bebês aprendem observando nossa fala e nossos sons. Eles amam o simples fato de que cada som é diferente. Então utilize-se sempre de uma pronúncia correta.
Converse com seu bebê naturalmente!