Mães vs. tablets e celular

De Janet Doman e tradução de Thaisa Mendes

Oi mamãe, estou aqui!

Eu não penso que os tablets são melhores que mães. Nem penso que os telefones celulares sejam melhores também.  

Eu adoro o meu celular. Duvido que exista entre milhares de pessoas no planeta Terra, alguém que aprecie ou ame mais o gênio do celular do que eu.  Quando seu terrível irmãozinho chegou – o tablet, eu sabia, naquele exato momento que ele mudaria tudo, e ele assim o fez.

Claro, que os benefícios e o potencial deste aparelho não podem ser subestimados. Eu gosto muito de todos os aparelhos eletrônicos e creio que este é, e poderá vir a ser, um dos grandes, talvez um dos melhores. 

Eu ainda não entendo por que isso acontece, mas toda vez que um novo aparelho eletrônico é criado e tem grande promessa, nós rapidamente encontramos alguma maneira de sabotar ou subverter essa promessa.

UAU!!!! Como ela faz isso??? – bebê pensando

Os telefones celulares, “tablets” e computadores são realmente bons para os bebês?  

Da última vez que estávamos lecionando na Cingapura, não pudemos deixar de observar que todas as mães tinham, bem próximo às suas mãos, um celular e/ou um tablet. Se o bebê no carrinho começa a chorar ou fazer alguma pirraça, a mãe imediatamente lhe dá o celular ou o tablet. Algumas mães até param para escolher um joguinho, como por exemplo aqueles com os balões, onde os bebês passam um tempo alarmante estourando os mesmos que aparecem e se quebram na hora certa.

A melhor babá no mundo – o telefone celular – está fazendo seu trabalho.

Naquele mesmo dia, eu observei muitas mães na Cingapura – nem uma mãe parou para perguntar à suas crianças o porquê ela estava chorando; nenhuma mãe tirou sua criança do carrinho e caminhou com ela, dando-lhe carinho, mostrando uma flor ou apontando para o passarinho, ou ainda leu um livro. Não houve nenhuma interação real entre mãe e criança. Nenhuma.

Que alegria!!!!

Como nos velhos tempos – pedaços de inteligência ou “Bits de Inteligência” com a mamãe – agora sim: criança feliz! E mamãe feliz também!  

Isso lhe parece uma boa ou má ideia?

Você realmente acredita que essa criança está melhor estourando os balõezinhos do que conversando conosco? Não temos nós muito mais a oferecer? Você realmente acredita que é muito melhor enviar mensagens de texto para seus amigos ou conversar com eles por telefone quando estamos levando nossos bebês para passear no parque? Será que não queremos uma interação mais verdadeira com nossas crianças onde possamos descobrir mais coisas sobre elas, por exemplo quem são, o que necessitam e o que gostam?

Não é isso que é a vida? Ou será que esquecemos de alguma coisa?

Uma de nossas vovós nos contou que ela leva sua netinha, uma vez por semana, na biblioteca. Sua neta adora sentar no seu colo e escutar as histórias por 30 minutos – porém outras crianças com 2 anos de idade ficam sentadas nos seus carrinhos escutando as histórias enquanto suas mães estão usando seus celulares.


O melhor “laptop” no mundo – Mãe e um livro!

Quinze anos atrás, antes de aparecerem os celulares e os tablets, nós criamos CDs de Dicionário Ilustrado. Eram únicos no mundo. Eles foram os primeiros no quais uma criança de três anos de idade podia usar para aprender centenas de Pedaços de Inteligência (Bits de Inteligência) em cinco idiomas diferentes. Eles foram e ainda são, os preferidos na nossa loja “Better Baby Store”.

Por que criamos o Dicionário Ilustrado?

Nós sabíamos que nossas mães e pais estavam fazendo um trabalho brilhante com seus Pedaços de Inteligências e ensinando-os às suas crianças. Nada jamais será melhor do que os materiais confeccionados pelos pais para suas crianças. Esses materiais são individuais e direcionados aos interesses específicos de cada uma das crianças. No entanto, o jantar tem que ser preparado, a roupa tem que ser lavada, além de limpar a casa e fazer compras de supermercado, etc. A vida continua. Por isso, criamos o Dicionário Ilustrado. É um excelente instrumento que os pais podem oferecer às suas crianças. Elas poderão usar independentemente enquanto seus pais estão ocupados com outros afazeres. Isso não é um substituto do papai ou da mamãe, mas sim um aliado. 

Nós nunca pudemos imaginar que os jogos de entorpecimento mental criados para jovens e adultos chegariam aos celulares e tablets. Muito menos ainda poderíamos imaginar que nossos inocentes bebês se tornariam alvos desses novos jogos. Se um jovem de vinte anos quer passar o seu tempo atirando em pessoas numa tela, essa é uma escolha dele. Mas, usar dessa mesma tecnologia para desperdiçar o precioso tempo do seu bebê, ou como dizem, para distrai-los, isso simplesmente não está certo.

O cérebro ama cores. O cérebro ama ação. O cérebro tem um sistema muito particular no seu sistema resposta-tempo. Assim sendo, o bebê – o qual é um gênio em causa e efeito, ficara especialmente vulnerável à manipulação quando esses elementos forem compreendidos e utilizados corretamente.

Mencionei aqui nossas mães de Cingapura, pois tive a oportunidade de passar um final de semana observando-as. Mas, acredito que essa história se repetiria em qualquer lugar do mundo, seja em Tóquio, Sidney, Filadélfia ou Rio de Janeiro.  

As mães são as melhores educadoras que o mundo jamais conheceu.

Aprendendo a ler com a mamãe

Pequenas crianças têm a via visual imatura por este motivo precisam de letras grandes para facilitar seu aprendizado.  

Para seu bebê a televisão, rádio, celular ou tablet nunca poderá ser um substituto da sua companhia. Sim, esses aparelhos têm um tempo e lugar apropriadas na vida de sua criança, mas não da maneira como estão sendo utilizados no momento.  

A única coisa poderosa para prejudicar as mães são elas mesmas.

Deixe o seu amado celular e o terrível tablet guardados e volte a interagir e brincar com seu bebê. Por que não? Eles precisam de nós agora, mais do que nunca. E, pra falar a verdade, nós necessitamos dele também.  


Mamãe, eu preciso de você!

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